A Eletricidade Renovável em Portugal
Potência Instalada das Fontes de Geração de Eletricidade em Portugal (2000-2024)
Ao longo das últimas duas décadas, tem-se verificado uma mudança significativa no tipo de recursos utilizados pelo sistema electroprodutor no fornecimento de eletricidade em todo o território nacional. Desde 2005 que se observa um aumento progressivo da potência instalada proveniente de fontes renováveis, sendo esta, atualmente, mais de três vezes superior. Esta evolução contribuiu para um crescimento de 91,6 % na capacidade total de geração de eletricidade face a 2005. Por outro lado, desde 2011, tem-se verificado uma redução contínua da potência instalada de origem fóssil, assim como uma estagnação da mesma desde 2021 com a desativação das centrais a carvão de Sines e do Pego. Já o solar cresceu mais de cinco vezes nos últimos cinco anos.
Fonte: DGEG, análise APREN
Fonte: DGEG, análise APREN
Geração de Eletricidade em Portugal Continental (1970-2024)
O mix electroprodutor em Portugal Continental tem-se alterado profundamente ao longo das últimas décadas, tendo o recurso a tecnologias renováveis ganho uma presença cada vez mais relevante na satisfação dos consumos elétricos. A partir de 2005, as fontes renováveis começaram a assumir uma proporção significativa da geração, com particular destaque para a expansão da energia eólica. Já a produção solar merece destaque pela sua expressiva evolução nos últimos 10 anos, representando a fração descentralizada cerca de 42,5% do total contribuído pelo solar.
Fonte: DGEG, análise APREN
Peso das Diferentes Fontes de Geração de Eletricidade no Mix Português (2000-2024)
O aumento da incorporação renovável na geração de eletricidade tem levado à redução da utilização de tecnologias com base em combustíveis fósseis. Em 2024, a incorporação de renováveis a nível nacional alcançou 80,0%.
Fonte: REN, EDA, EEM, análise APREN. Nota: Este valor percentual refere-se ao total da geração elétrica Nacional, não inclui a produção em bombagem.
NOTA: Este valor percentual refere-se ao total da geração elétrica Nacional, não inclui a produção em bombagem
Taxa de Dependência Energética (2000-2024)
O aumento da geração de eletricidade a partir de fontes renováveis tem permitido a redução da dependência energética de Portugal, desde o início do século XXI, em cerca de 20%. Historicamente, é de realçar o período entre 2011 e 2019, caracterizado por uma queda consistente no valor da dependência energética que, porém, viu um máximo relativo em 2015 devido à forte seca ocorrida. Já em 2020, ano marcado pela crise pandémica, ocorreu um mínimo histórico, tendo-se retomado a tendência de diminuição desde então. Em 2024, a dependência energética atingiu os 64,1%, valor inferior à meta de 65% estabelecida no PNEC para 2030.*
Fonte: DGEG, 2024, análise APREN.
* Dependência energética Normalizada (Diretiva 2009/28/CE) estimada através de regressão linear com base no histórico publicado pela DGEG.
Custos Evitados em Importações de Combustíveis Fósseis (2015-2024)
Quanto maior for a presença de eletricidade de origem renovável no mix electroprodutor português, maior será a tendência de redução de importações de combustíveis fósseis e a diminuição da dependência energética do exterior: veja-se os custos evitados no ano de 2022 - ano caracterizado pelo despoletar da guerra na Ucrânia - assim como a consistência dos mesmos nos anos seguintes (cerca de 2 mil M€ por ano). De realçar ainda que foi evitado um total de importações de combustíveis fósseis na ordem dos 18 mil M€, nos últimos 10 anos.
Fonte: DGEG, Worldbank, ERSE, REN, EDA, EEM, análise APREN.
Contributo das FER-E para a Redução das Emissões de Gases com Efeito de Estufa (2015-2024)
A eletricidade renovável permitiu evitar, a nível nacional, emissões de CO2 que totalizam 118 megatoneladas de CO2-eq entre 2015 e 2024, o que equivale a cerca de 74% das emissões do setor dos transportes rodoviários para o mesmo período. O valor das licenças de emissão de CO2 evitadas foi estimado em 703 milhões de euros em 2024.
Fonte: DGEG, Worldbank, ERSE, REN, EDA, EEM, análise APREN
Emprego Gerado pelo Setor da Eletricidade Renovável (2015-2024)
O investimento contínuo no setor das energias renováveis em Portugal tem sido um motor crucial para a criação de empregos qualificados, tanto diretos como indiretos. Esta dinâmica deve-se, em grande medida, à implementação de projetos em regiões socioeconomicamente desfavorecidas, tentando impulsionar o desenvolvimento local e o equilíbrio das disparidades regionais. Estima-se que, até ao final de 2024, o setor renovável empregava mais de 88 mil pessoas, refletindo o crescimento contínuo e o investimento no mesmo.
Fonte: Estudo do Impacto da eletricidade de origem renovável, Deloitte 2021 (2014-2019); Estudo do Impacto da Eletricidade de Origem Renovável no Preço Suportado pelo Consumidor em 2021, Deloitte 2022; Estudo do Impacto da eletricidade de origem renovável 2023, Deloitte; Análise APREN.
Contribuição do Setor da Eletricidade Renovável Para o PIB (2015-2024)
Em 2024, a contribuição da incorporação de fontes renováveis na geração de eletricidade para o PIB nacional estima-se na ordem dos 2,8 %. É de destacar a tecnologia eólica, dada a sua cadeia de valor que agrega a produção de componentes industriais e um conjunto de atividades de I&D e de serviços a nível nacional, mas também a solar fotovoltaica, tecnologia que nos dois últimos anos duplicou a potência instalada.
Fonte: Estudo do Impacto da eletricidade de origem renovável, Deloitte 2021 (2014-2019); Estudo do Impacto da Eletricidade de Origem Renovável no Preço Suportado pelo Consumidor em 2021, Deloitte 2022; Estudo do Impacto da eletricidade de origem renovável 2023, Deloitte; Análise APREN.
Contribuição do Setor da Eletricidade Renovável Para a Segurança Social, IRS, IVA, Derrama e IRC
Estima-se que incorporação de fontes renováveis na geração de eletricidade tenha contribuído com cerca de: 5,2 mil M€ para a Segurança Social; 2,4 mil M€ para o IRC; 0,2 mil M€ para a Derrama; 4,3 mil M€ para o IRS; e 4,2 mil M€ para o IVA.
* Indicadores calculados a partir de regressão linear com base no histórico apresentado no Estudo Deloitte.
Fonte: Estudo do Impacto da eletricidade de origem renovável, Deloitte, 2021 (2014-2019); Estudo do Impacto da Eletricidade de Origem Renovável no Preço Suportado pelo Consumidor em 2021, Deloitte 2022; Estudo do Impacto da eletricidade de origem renovável 2023, Deloitte; Análise APREN.
Fonte: Estudo do Impacto da eletricidade de origem renovável, Deloitte, 2021 (2014-2019); Estudo do Impacto da Eletricidade de Origem Renovável no Preço Suportado pelo Consumidor em 2021, Deloitte 2022; Estudo do Impacto da eletricidade de origem renovável 2023, Deloitte; Análise APREN.